quarta-feira, dezembro 19, 2007
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domingo, dezembro 16, 2007
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quarta-feira, dezembro 12, 2007
THE END
FORAM 120 "POSTS", FORAM TANTOS, MAS POUCOS QUE NÃO FOSSEM PARA ESSE MEU OUTRO ALGUÉM QUE JAMAIS SE MANIFESTOU. MEU DEUS, AO MENOS QUE APRENDESSE A SER DIFERENTE E CONSTANTE, SERENA, PERFEITA!
FALEI SOZINHA E PARA PARTE INCERTA, SEMPRE SÓ. FORAM DEVANEIOS, AFINAL DE CONTAS, SOMENTE DEVANEIOS, ABSURDOS!
A CADA DIA QUE PASSAVA, ESTE ESPAÇO GERMINAVA COM UM NOVO INTUITO, NEM QUE FOSSE A MOTIVAÇÃO DE ESCREVER PARA QUE NO SILÊNCIO ESCUTASSE MEU SER.
AGORA PASSADAS TANTAS LETRAS, UMAS SENTIDAS, OUTRAS DISFARÇADAS, OUTRAS INVENTADAS, ESQUECEU-SE-ME A VONTADE DE ACORDAR O DESEJO DE PERPETUAR A CHAMA ACESA DE ENCONTRAR "AQUILO" EM MIM!
"AQUILO"? NÃO IMPORTA. SOU, CRONICAMENTE, DESAJEITADA, TRISTE E SÓ. E PARA QUÊ PERMANECER NA ÂNSIA? SOMOS TODOS TRANSPARENTES.
VOU GUARDAR TODOS ESTES TEXTOS E QUANDO ACABAR DETERMINAREI O FIM, OU TALVEZ NÃO... MAS, HOJE DIREI QUE SIM!
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terça-feira, novembro 13, 2007
Lágrimas de Vidro
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quinta-feira, novembro 08, 2007
ATÉ AO DIA DA MINHA MORTE
Escuto os violinos que cantam e naquelas cordas soa uma voz que me embala. As notas juro-as ver correr como se fugissem apressadas, já nem as vejo. E ainda assim, não preciso que sejam minhas para as sentir brotar-me por entre cada pedaço meu. Tomo-as como minhas e elas como se eu delas fosse.
Não sei sentir senão tudo, numa sinestesia exaltada, porque cada compasso é o mundo inteiro...
Dou por mim ansiando cada momento como derradeiro, tenho sede de viver!
Fico por aqui por toda a eternidade até ao dia anónimo da minha morte!
( Música"Grosse Fuge" De Beethoven)
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sábado, novembro 03, 2007
"Copying.Beethoven": Beethoven Symphony 9 (Movt.4)
Fecha os olhos e sente...
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quarta-feira, outubro 31, 2007
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sábado, outubro 06, 2007
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quarta-feira, outubro 03, 2007
Diários
"If I lay here If
I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?"
22 DE AGOSTO DE 2001
Não basta amares-me na maioria dos dias, era preciso amares-me permanentemente, até nos instantes em que me gritares de ódio (odiares-me, amando-me, seria tão bom consolo; odiando-me, amando-me, serias meu cativo)!
Sei quantos sabores escondem os teus lábios, provo-os audazmente. Não gosto de prová-los ao dizeres-me que"gostas" de mim, nem sequer quando dizes "gosto muito"... Que sabor amargo e aflito!
Gostares de mim não chega, se não for eu de quem gostes mais! Não quero ser especial, se não for única!
Olívia.
"All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes, they're all I can see"
22 DE AGOSTO DE 2001
A primeira página é sempre um quebra-cabeças colossal; o ínicio deve ser cuidadosamente estudado porque até o mais ínfimo dos deslizes pode comprometer todo o objectivo, objectivo esse que será de te poder falar e de me fazer falar...
Não percebeste porque foi que te roubei o caderninho que tinhas junto da tua mesa de cabeceira, eu sabia, sim, que não tinhas nada lá escrito( não me julgues tão curioso), a causa foi tão mais nobre do que possas imaginar!... Precisei roubar um pouco de ti, para que, enfim, te podesse alcançar. A nossa presença tornou-se um estreito sem passagem: e se te toco não sentes, e se te falo não me escutas, e se te abraço não te sinto, e se te beijo foges, e se me beijas...
Gostava do tempo em que me olhavas como um arco-íris, sabias-me cada cor, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda...Agora o que tens para olhar? Azul? Lilás? nem vermelho... sou um nevoeiro extenso que te sufoca. Eu sei!
Não te posso amar todos os dias, nem tu a mim. Há dias em que o cansaço me arrasta até um ponto de exaustão e tudo me parece alheio; nesses dias, vagueio, como que sem rumo, e não é a ti por quem chamo...Desculpa, mas há dias, em que simplesmente tenho de me procurar a mim, somente! Das vezes que estou intacto, ainda que na maioria delas goste de ti, creio que me farto de te manter firme e sóbria. Se soubesses como é difícil ter a tua atenção... Foges-me insesantemente, por entre as nesgas dos dedos, que descobres ( vai se lá saber como!), nas minhas mãos cerradas. Quase que chego a esmagá-las para poder comprimir todo o espaço que a matéria da minha carne não preenche!
Esse teu ar taciturno e insatisfeito cansa-me...não posso continuar a respirar por ti!
E, embora assim o seja, recuso-me a desistir porque no fundo sei que gosto demais de ti, Olívia.
E sei também que, muitas das vezes em que te encontro absorta face ao infinito, é porque te destraiste e esqueceste-te que me amavas, sei que te apaixonas muitas vezes, e que muitos dos teus sorrisos não são para mim, não podem ser sempre não é?
Então, de todas essas vezes, gesticulo e faço piroetas, só para que voltes a olhar para mim, e tu, sua distraída, voltas!
Agora, vamos supor, que estarei desmanchado, partido em cacos, com que força remarei contra corrente?!
Preciso que voltes, que voltes inteira e sem o infinito de que és cercada; preciso que voltes, mas entende que não te posso amar a todo e qualquer instante, que tenho a mão dorida de tanto a apertar; preciso que me beijes e tenhas consciêcia disso; preciso que me reúnas todos esses bocados de mim "pontiagudos" e que coles, devagarinho...Está bem?
Tomás.
"I don't quite know
How to say
How I feel "
23 DE AGOSTO DE 2001
Gostava de perceber tanta coisa nesta relação... Afinal de contas porque é que estás, constantemente, a chamar-me distraída?
Tenho ciúmes de todos aqueles que te tocam!
Olívia.
"We don't need
Anything
Or anyone"
23 DE AGOSTO DE 2001
Sei que, agora mesmo, não é em mim que pensas, de facto nem te deste conta de que continuo no chão, desfeito.
Tens sempre um comportamente tão exemplar e os teus vestidos nem esvoaçam com o vento, é sempre tudo tão impacável! E , afinal de contas, como é possível não entenderes que para entrar nesse teu quarto obscuro só eu? Pára de procuara seja quem for, já encontraste! Idiota!
Vou me fartar de esperar e vou aceitar ajuda de quem vier, garanto-te! Não ias gostar não é?
Porra, amo-te!
Tomás.
"If I lay here
If I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?"
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sábado, setembro 29, 2007
I
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
II
Dia a dia mudamos para quem
Amanhã não veremos. Hora a hora
Nosso diverso e sucessivo alguém
Desce uma vasta escadaria agora.
E uma multidão que desce, sem
Que um saiba de outros. Vejo-os meus e fora.
Ah, que horrorosa semelhança têm!
São um múltiplo mesmo que se ignora.
Olho-os. Nenhum sou eu, a todos sendo.
E a multidão engrossa, alheia a ver-me, Sem que eu perceba de onde vai crescendo.
Sinto-os a todos dentro em mim mover-me,
E, inúmero, prolixo, vou descendo
Até passar por todos e perder-me.
III
Meu Deus! Meu Deus! Quem sou, que desconheço
O que sinto que sou? Quem quero ser
Mora, distante, onde meu ser esqueço,
Parte, remoto, para me não ter.
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"AS GRUTAS" DE SPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN
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Sentimentos (não) Inteligíveis
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domingo, setembro 09, 2007
La valse d'Amélie
A tez de ébano que te sorri e se aproxima lentamente..sentes a melodia tocando "fortíssimo" no teu coração, porque o tempo é apenas "pianíssimo", absorto naquela miragem de Deuses, naquele esplendor roubado à lua. E um beijo que vem, quase inesperado, com as estrelas em testemunha. Um beijo na candura de uma bonina em flor...Ela que sorri, encostando-se em teu peito e sentes a imponência frente à vida! Ali, agora és a terra que alimenta as magnólias com que a confundes, és a brisa que brinca nos seus cabelos negros, és a fragância que a embebe...A serenidade que te faz amar, amar tanto!E, de repente, um sussuro tímido, que te diz: "Também te amo!".
Eu sei...
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sábado, setembro 08, 2007
Quem se vê. Quem não se vê.
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O Sésamo
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Etiquetas: E
domingo, setembro 02, 2007
Pequininas partes da nossa realidade!
Oiço-te. Seguro-te a mão. Abraço-te. Digo que gosto de ti.
Oiço-te. Seguro-te a mão. Abraço-te. Digo que gosto de ti.
Oiço-te. Seguro-te a mão. Abraço-te. Digo que gosto de ti.
Tu gritas por ajuda. Deixas que te segure a mão. És abraçada. Ouves dizer-me que gosto de ti.
Tu gritas por ajuda. Deixas que te segure a mão. És abraçada. Ouves dizer-me que gosto de ti.
Tu gritas por ajuda. Deixas que te segure a mão. És abraçada. Ouves dizer-me que gosto de ti.
TU GRITAS POR AJUDA! NÃO DEIXAS QUE TE SEGURE A MÃO! NÃO QUERES SER ABRAÇADA! NÃO ACREDITAS QUE GOSTEM DE TI!
TU GRITAS POR AJUDA (PONTO).
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segunda-feira, agosto 27, 2007
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domingo, agosto 26, 2007
Caixinha de música
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Delírios de um dia Febril
Fazem me flutuar por entre nuvens de recordações, baralham-nas como cartas e servem os naipes conforme lhes dá gosto. Gostam das Copas e das Espadas.
“Sou um trapezista que percorre, sentado numa bicicleta, uma fina corda, tentando alcançar o outro lado: o lado das histórias.”; mas, eu estou deitado numa cama, mergulhado no cheiro nauseabundo da enfermidade…Quero não adormecer! Quero não me entregar aos fantasmas e sereias , eles levar-me-iam para tão longe, para um tempo já inexistente, extinto e abandonado… Não se vive no passado!
E, então, tu que chegas de lugar nenhum, poisas a tua mão fresca na minha testa quente e falas-me de praias além atlântico…falas, sabes que te oiço, bem perto? Estás aqui! Estás divertida nos meus cabelos e eu pergunto-te pelas tuas bolas de sabão…todavia, como me fazes ver, bolas de sabão só no pôr do sol, debaixo do beiral…de que casa? Oh, o que importa se me dás a mão e para lá me levas. Corremos os dois pela brisa e nas tuas bochechas coradas vejo as papoilas da nossa infância. E as “ladainhas” que se cantavam outrora ressoam-me ao ouvido, levando-me, de novo, para tão longe, onde tu não existes, onde eu aprendi a não ter tempo – ah, jogou-se, por fim, o às de espadas!
Por entre os meus dedos quebrados, nascem garras de leão e, contudo, pouco sinto o coração e cabeça leve de vazio põe-me a dormir…São acessos de febre, laivos de mim que escorrem por um fio.
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segunda-feira, agosto 20, 2007
A casa
Há uma casa que chora. Aos poucos vai-me engolir e serei, então, como as pessoas que a habitam...
Os gritos ecoam em mim, desenleio mãos e braços zangados, sou testemunha de palavras que não deveriam ser ditas, tremo por dentro e por fora. Naquela casa, vou endoidecer!
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sábado, agosto 18, 2007
O TEU GOLPE DE MISERICÓRDIA
(DIZEM QUE VERDE É A CÔR DA ESPERANÇA.)
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terça-feira, agosto 14, 2007
Rua Sesamo - O Super Gualter
Ao pedido da Élia e do Miguel: aqui têm, meus amigos..
Notem o tom de descontentamento que a rapariga expressa quando vê o Super-Gualter. Aqui para nós, nem sei porquê, o Super-Gualter salvou a situação mais uma vez! E da próxima vez que estiverem em apuros, especialmente se o vosso computador decidir "pifar", já sabem: Uga, Uga, Uga...
P.S- Tem de ser aos saltinhos! :P
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segunda-feira, agosto 13, 2007
domingo, agosto 12, 2007
O nosso livro (Florbela Espanca)
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Frieza (Florbela Espanca)
Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais,
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.
Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desliais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e o sol das madrugadas!
Mas não te invejo essa indifrença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!
Tu invejas a dor que vive em mim!
E quantas vezes dirás a soluçar:
"Ah, quem me dera, Irmã, amar assim!..."
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O Carteiro Gualter
Eu tenho de parar de pôr videos da Rua Sésamo...perdoem-me a nostalgia.
Mas, digam lá: não era bom serem atendidos pelo carteiro Gualter?
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sábado, agosto 11, 2007
Rua Sesamo - Gualter e a Festa de Anos
Cabidelaaaaa...
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Rua Sesamo - Gualter no Supermercado
Coitadinho do Gualter...Snif, snif,... :P
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Rua Sésamo: Recordação doce.
Por favor, ensinem-me o caminho da Rua Sésamo e deixem-me lá ficar!
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( )
Dizemos palavras só nossas, ninguém as entende. No nosso refúgiuo não se fazem castelos da areia, nem de cartas sumíticas, edificam-se catedrais sólidas e rochosas, que nos mantêm num mesmo coração!
E assim entrelaçámos um par de mãos, um par de lábios; e assim, eu brinco às escondidas nos teus beijos, por entre o teu corpo e tu pelo meu.
Assim, sim!
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Mistério (Florbela Espanca)
Rabiscado por Apple à(s) 9:08 da tarde 0 pegadas
sexta-feira, agosto 10, 2007
Não chove, não troveja nem relampeja em mim. Não há nada que me volte a fazer sentir...
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quinta-feira, agosto 09, 2007
Magnólias e Violinos
Não saía de casa, a sorte tinha-o brindado em ser o único sobrinho vivo de um tio que não tinha mais familia e que, assim, lhe havia deixado a furtuna imensa. A única ocasião que o fazia era para esvaziar a caixa de correio.
Gostava de cartas, na verdade, era o seu único prazer: adorava rasgar os envelopes, sentir o cheiro do papel e da cola que cerrava um presente perpetuado no tempo, adorava prever que palavras de lá sairiam, como sairiam e porque letra sairiam… “Ele” não só as amava, coleccionáva-as!
Certa vez, quando se apraltava para o seu ritual, reparou que por entre o molho de cartas usuais de bancos, água, luz e publicidade, se destacava uma letra miudinha e azul. Não tinha remetente e o destinatário não seguia o protocolo estipulado, antes disso podia se ler: “Para alguém…”.
Estranhou aquele envelope, tinha uma estranha forma e emanava um aroma de ortelã. Talvez fosse um desses mafarricos que nada mais tem para fazer que moer a vida, já gasta, dos outros, com partidas de roubar a paciência. No entanto, havia algo, naquela estranha letra, de encantador, de misterioso; estranhamente, sentiu o seu coração crepitar, só poderia estra a morrer, pensou, porque “Ele” não aprendera o vocábulo “emoção”.
Abriu a carta. Aquela letra miudinha e azulada transformara-se numa letra bicuda e vermelha e o aroma aducicado de ortelã num cheiro nausebundo a sangue; e, todavia, “Ele” não se assustou, fora embebido naquele feitiço duro e cruel, porque aquele alguém não havia escrito qualquer carta, havia escrito com a própria vida, toda e cada letra.
“ Não pertendia este fim. O prelúdio que se faz soar esta noite é toda uma mágoa à própria existência humana. É um descontentamento desmedido de uma racionalidade ilusória e impune faça à nossa brutalidade grotesca animal. Foi o que me aconteceu!
Outrora sabia crescer neste refugio natural, onde o céu ainda se enche de estrelas e a manhã se cobre de um manto verde e florido com magnólias. Sempre amei as magnólias e as estrelas e tudo teria sido perfeito se somente a elas me entregasse…ousei muito mais, desejei a musica, desejei o som daquele violino, desejei o amor de quem o tocava.
Tinha um esbelto encanto e uma soberba presença, poder-se-ia dizer que fora a melhor obra da Natureza!... Ensinava no conservatório, mas todos os fins de semana regressava à sua terra e em todas essas visitas trazia consigo o rechei de novas melodias.
Todos se orgulhavam dele, porque era o mais inteligente que havia, porque sabia tudo acerca de tudo e porque tocava aquele violino; era como se em cada música, aquele pedaço, de madeira e corda, a cada compasso, se metamorfizasse em forma humana. Então, com a devida licença, moldava em si o mais profundo gesto nosso, fezendo-nos Dós e Sis, Rés e Mis; uma odisseia pela alma huamana apaixonada.
Mas, se todos gostavam de escutar as notas do seu violino, eu gostava de venerar aquela alma, absorvia-me naquela existência e enaltecia aquela figura. Sem que soubesse, olhava-o tão profundamente e guardava-o dentro de mim, só para mim…
Passei a segui-lo secretamente, fazia de tudo para lhe fazer notar a minha presença; o que eu mais queria fosse que me tocasse na lívida pele, assim como as cordas daquele violino; eu seria, então a sua sinfonia…
Mas, com efeito, na sua pauta musical só tinha a força para ser a pausa, nunca a nota…
Amar apaixonadamente é um atentado à superioridade Humana! Instantaneamente, ela torna-se maestro e toda a conduta é dirigida em agudos dolorosos…a embuscada começa. A minha então não tardou: estava sucumbida a uma raiva pulsante que chorava um amor sem dono. Naquela noite, compus a sonata mais fabulosa de todas. Na manhã seguinte, procurei-o, levei-o até à floresta. Lá mostrei-lhe a minha obra e pedi que a tocasse. Assim o fez.
Toda a duranção de notas foi respeitada, desde as semi-colcheias às seminimas, a acentuação perfeita, as pausas exactas, e contudo não a soubera tocar! Seria preciso tão mais que um violino para o poder fazer…seria preciso um “amo-te”…e, isso, simplesmente não me poderia dar.
Fechei o compasso, terminei a sinfonia dolorosa com um punhal. Matei-o. Matei-me.
Escrevo agora, pelas ultimas gotas de sangue que me restam, que não há mais ridiculo nem mais poderoso que Amar…
Um beijo de quem parte…
Calam-se os violinos!”
“Ele” chamava-se Amadeu, lembrava-se agora, e nem sempre vivera assim. Fechara-se naquele casarão aquando da morte da sua mulher. Também ela gostara de magnólias e de olhar o céu. No fundo do sótão, ainda guardava todos os seus quadros. Nunca mais ousara tocar violino…ainda se recorda da manhã cinzenta, em que trifante, ela lhe oferecera aquele “stradivarios”. E sem saber escrevia agora estas letras inventadas, de uma história trágica, chamando por ela, saudando o final da sua estadia num mundo que não sabe amar. E porque ninguém já lá vai, quando o encontrarem, Amadeu já será o pó das estrelas, pintado no céu.
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SILÊNCIOS PRÓPRIOS
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sexta-feira, agosto 03, 2007
Paris Je T'Aime
É este amar que nos torna maiores que tudo!
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SÍNDROME DE STENDHAL
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Baile dos Morcegos
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"MANIFESTO"
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quinta-feira, agosto 02, 2007
terça-feira, julho 31, 2007
Eternidade
Já te falei em recordações, de como são pequenos cristais que se organizam numa malha de eterna saudade, ou então, de um pesar tão grande que se meteorizam e desvanessem; disse-te também que se tornam num leito acizentado moldado em toda e nunhuma forma, numa contelação difusa à qual pertencem um tanto de significados e "insignificados". Abarcamos um universo inteiro em nós, distâncias incomensuráveis, como anos-luz e unidades astronómicas, sabemos explicar como se deu a explosão do ovo cósmio e, no entanto, se te perguntar tão simplesmente quem sou eu não saberias explicar!
Achas que se emcontrasses a garrafa onde se encerra o liquido da eternidade o beberias de um só trago?
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domingo, julho 22, 2007
PARA MIM!
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sexta-feira, julho 20, 2007
DIÁLOGOS D' "A CIDADE DAS FLORES" DE AUGUSTO ABELAIRA
-Porque acabou tudo entre nós, Giovanni?
-O quê? Ainda te recordas de que existiu alguma coisa entre nós?
-Porque havia ter esquecido?
-Tens pena?
-Não, não. Tenho pena no sentido de que, se tivéssemos continuado, estaria hoje casada, e assim não estou.
-O receio de ficar solteira?
-Não é o receio de ficar solteira. É o receio de que a minha vida continue sempre a mesma coisa.
-Crês que mudaria?
-Não sei. Provavelmente não. E nesse caso talvez seja, de facto, o receio de ficar solteira.
-Nunca cheguei a uma conclusão. Gostavas de mim?
-Não antipatizava contigo. E tu?
-Enquanto convivi contigo suponho que gostava. Suponho que não poderia passar sem ti. Lembras-te? Várias vezes terminámos tudo entre nós. Durante dois ou três dias em que tudo estava acabado, eu era terrivelmente infeliz. Infeliz, a sério, percebes? Não sabia como passar o tempo. Mas da última vez, quando foste passar as férias já não sei aonde, precisamente no momento em que nos zangámos, não tive remédio senão preencher o tempo e habituar-me a passar sem ti. E foi então, aí ao décimo dia sem ti...descobri que eras apenas um hábito que poderia ser substituído por outro hábito, e nada mais. Por outro mau hábito. Tinha aprendido a jogar xadrez.
-És cruel.
-Não.
-Curioso, nunca chegaste a ser para mim um hábito; nem bom, nem mau.
-Então?
-Quando me encontrava contigo, quase sempre preferia não me encontrar. Outras vezes gostava de ir, não por ti, mas porque me beijavas, porque me abraçavas...
-Mesmo no princípio, mesmo quando fomos a San Miniato?
-Não. No princípio gostei de ti.
-Tinhamos combinado ir lá, de manhã choveu...Mas tivemos sorte, a tarde pôs-se bonita.
-Passei a manhã a olhar para as nuvens.
-E eu.
-Mas nunca mais.
-Em vez de te encontrares comigo, que preferias tu fazer?
-Já não me lembro. Às vezes, não fazer nada, ficar em casa. Mas essa era também uma das razões por que eu gostava de estar contigo: sair de casa, dar um passeio.
-És cruel.
-Não.
-Ouve, Ana: se não fosse a tal questão...Não me lembro já o que foi, lembras-te?
-Vagamente.
-Se tu não fosses de férias nessa altura?
-Não tetias descoberto que eu era um mau hábito.
-E tu? Terias descoberto que eu não era nem deixava de ser...?
-Eu já sabia...
-És cruel.
-Não.
-Então?
-Deixarias as coisas continuar.
-Tens a certeza?
-Estaríamos hoje casados.
-Seria horrível.
-Porquê?
-Ainda mo perguntas?
......................................................................................................................................................................
-Rosabianca, afinal não tens cabelos verdes!
-Verdes?
-Sim. Eu pensava...Pelo menos não podia pensar que não fossem verdes...E que não tivesses sido salva por mim do fogo!
-Do fogo?
-Sim. Porque te admiras? Do fogo. E nunca foste enfermeira.
-Enfermeira?
-Porque perguntas? Não posso gostar de ti, Rosabianca! Pensei que tinhas os cabelos verdes e que te salvava do fogo...Mas nada disso sucedeu.
-Giovanni! Se queres, pinto de verde os cabelos, subo para um quarto andar e deito-lhe fogo. Salvas-me?
-E fico ferido? Serás a minha enfermeira?
-Sim, se quiseres serei a tua enfermeira.
-Está bem, Rosabianca. Sobe lá para o telhado que eu vou deitar fogo á casa.
..................................................................................................................
-É verdade o que me afirmaste da outra vez?
-Que te disse eu?
-Que seria terrível se tivesses casado comigo porque então não seria fácil encontrares a Rosabianca.
-É verdade.
-E continuas a gostar dela?
-Continuo, Ana.
-E sentes que nunca mais poderás gostar de outra mulher?
-Sinto.
-Deveras?
-Não sei.
-Vas casar com a Rosabianca?
-Não sei, não sei. Amo a Rosabianca, mas às vezes penso que isso não significa que seja incapaz de amar as outras ao mesmo tempo.
-Que esperas da Rosabianca?
-Esta noite voltei a sonhar que salvei do fogo uma menina com cabelos verdes. Nunca te contei?
-Serias capaz de voltar a gostar de mim, Giovanni?
-Não.
-Serás um dia capaz de voltar a gostar da Rosabianca?
-Que queres dizer?
-Que não tenhas ilusões, Giovanni. Dentro de dois meses as tuas hesitações serão ainda maiores. E, de repente, descobrirás que a deixaste de amar. Não saberás como foi, mas será assim. E verás então: o que sempre te interessa não é o amor conquistado, mas o esforço para o conquistares. Ou melhor: amas o momento em que o amor se inicia, é a infância do amor que tu amas, as hesitações do princípio. Porque não te fazes alpinista?
-Não, não é verdade. Amo a Rosabianca, nunca poderia deixar de gostar dela.
Rabiscado por Apple à(s) 9:26 da manhã 3 pegadas
quarta-feira, julho 18, 2007
BURACO NEGRO
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segunda-feira, julho 16, 2007
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domingo, julho 15, 2007
Aqui e Ali. No meu silêncio.
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sexta-feira, julho 13, 2007
quinta-feira, julho 12, 2007
Lar doce lar
Tenho dois autocarros que me levam da estação para casa: o 188 e o 189. Antes de mais convém "pintar" este pequeno relato de cores, cheiros e formas que lhe são característicos, pois bem: ao sair da estação da Parede existe um pequenino largo onde ficam as paragens de autocarro e é também para lá que me dirijo todos os dias. Existem quatro paragens a que chegam vários autocarros; são paragens vulgares, com aqueles bancos característicos (sempre lotados), todos as três à sombra, já que são cobertas por grandes arvóres, que assim as protegem do sol. No entanto, a quarta paragem, onde pára o meu autocarro, não só fica deslocada das restantes, como também é a mais pobre de todas! Não é nada mais, nada menos, que um "mini passeio" que aflora no meio do largo alcatroado, sem banco, sem sombra, que ostenta uma placa de metal com um número inscrito: 188.
Faz sol lá fora, saí de casa bem cedo para tratar de burocracias enfadonhas (que não me parecem deixar em paz!), são 10:30 quando finalmente chego à estação. É só mais um pouco e estou em casa, o meu corpo não suporta bem o calor, estou esfomeada e cheia de sede, para além do mais preciso de me sentar, afinal de contas a viagem de comboio tinha sido feita toda de pé! Desloco-me para o tal largo e sem surpresas constato que não há um único lugar onde me possa sentar. "Bom, só espero não ter perdido a camioneta!", penso eu, pensamento legítimo, aqui os autocarros só passam de meia em meia hora, pelo menos os únicos que me servem. Mas, irremediavelmente o dito cujo já partira, o próximos só às 11:15. Espero. Espero. Espero! Ando para cá e para lá, desconsolada, quase estonteada pelo calor, com fome, cheia de fome, com sede, com muita sede. Todos sentados, eu de pé. As vozes daquela gente entram-me desordenadas, atropelando-se umas às outras pelo meu canal auditivo: alguém se queixava dos rins, alguém queria deserdar os filhos e ainda outro alguém desejava saber qual o autocarro a apanhar para o centro de saúde...e eu que só queria chegar a casa!
Por fim, lá surge ela aos solavancos - ah! a visão do paraíso! até que enfim. - todas as almas recolhidas à sombra se precipitam para o "mini passeio" que de um momento para o outro deixa de ter lurgar para mais ninguém. Forma-se a fila mais desorganizada de sempre, não percebo se começa pela direita, se pela esquerda, se pelo meio. Desisto de perceber, deixo-me ficar ao acaso. Mas, o autocarro ainda aqui não está porquê? estava mesmo a entrar no largo, o que é que aconteceu? Então reparo que do meu lado direito, mesmo encostado a esta ilha preechida alguém se lembrou de estacionar o carro, bloqueando a entrada. Como eu, todos protestam, a diferença é que eu interiormente e eles exteriormente. Gera-se uma algazarra pitoresca, as senhoras, todas elas com quadruplo da minha idade, com a mão na anca começam:
- Então mas esta gente não sabe que não se pode estacionar aqui?!
- Havia do autaocarro lhe passar o carro " a ferro" ! De certeza que da próxima nunca mais cá o punha.
- Oh Homem! Tire lá daqui a poracria do carro que eu quero-me ir embora, tenho mais que fazer!
- Haviam era de chamar a polícia!
Passados uns 15 minutos o dono do tão praguejado carro aparece, vinha carregado de sacos do "Pingo doce", mas nem isso o fez escapar da fúria daquelas mulheres, foi se embora o mais depressa que pôde. Resolvido assunto, era de esperar que a camioneta se aproximasse e nós podessemos embarcar, mas ela não se mexe, permanece imóvel ali e ninguem percebe porquê! O motorista anda de um lado para o outro e sem o poder ouvir adivinho-lhe a raiva pelo gesticular dos braços. Alguma coisa tinha acontecido...
Nós todas ali a torrar ao sol, impacientes, desejando quase perfurar as portas daquele vaículo e tomá-lo à força. De novo alguém começa:
- Olha, olha, olha! Agora não se mexe porquê? que falta de respeito, onde é que isto já se viu?! Tá aqui uma pessoa à espera, ao tempo que já deviamos tar lá dentro. Ainda tenho de fazer o almoço! Pior, tenho problemas de circulação não posso tar aqui...
- Agora tá a falar ao telemóvel, tá bonito tá, nem hoje saímos daqui!
- Vão "mazé" chamar uma parteira que o homem está a parir, olha lá a cara dele...
Sem mais nem menos o camionista abandona o autocarro e desaparece.
- Lá vai ele. Parece um foguete!
- Filho da puta!
Sem dúvida que tinhamos chegado ao pior grau de insatisfação daquelas senhoras, que cada vez faziam menos cerimónia quanto aos adjectivos a utilizar.
Estou cheia de fome não aguento mais e dirijo-me ao café mais próximo. Peço uma sandes de queijo, mas para variar põe sempre manteiga na sandes. O meu português não poderia ser mais claro, uma sandes de queijo não é uma sandes de queijo e manteiga! Enfim... quando volto de novo para o largo vejo que o 189 havia acabado de chegar; embora também possa apanhar este autocarro, o facto é que mesmo a paragem mais próxima da minha casa me obriga a percorrer uma distância ainda considerável até lá chegar...contudo, já sem paciência lá vou eu.
O autocarro está apinhado, mesmo para chegar a uma zona onde teria de ficar em pé invariavelmente era um tormento. Aquilo fazia lembrar uma feira, mas uma feira onde se vendiam conversas. Durante aquela viagem as coisas mais inacreditáveis aconteceram: mais que uma vez houve alguém que gritou para se calarem todos, que estava um "barulhão" insuportável, houve alguém que perdeu um saco de nabiças e andava de pessoa em pessoa a perguntar se o tinha visto, eu que estava de pé, e apesar de ser a mais nova dali, desiquelibrava-me constantemente, caíndo não sei quantas vezes no meio do chão.
Quando finalmente cheguei à porta de casa, ansiosa por lá entrar, sentir aquele fresquinho agradavel que só a minha casa consegue ter, ao perpara-me para rodar a maçaneta, percebo que não só não está ninguem em casa como a porta está trancada! Eu não acredito, estava tão próxima...ainda procuro os meus avós pelo quintal. Não, não estão mesmo em casa...
Ligo para o meu avó, ele diz-me para esperar que vem-me abrir a porta; poucos segundos depois aparece, vinha triste, apagado, o irmão tinha acabado de falecer.
O meu tio morreu!
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segunda-feira, julho 09, 2007
Conseguiste!
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terça-feira, julho 03, 2007
sábado, junho 30, 2007
Um beijo!
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sexta-feira, junho 15, 2007
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