quarta-feira, janeiro 17, 2007















Estar não existe, existe ESTAMOS! Abraçar não existe, existe ABRAÇAMO-NOS! Eu não existe, Tu não existe, Existe NÓS, num presente e futuro eternos e perfeitos!

domingo, janeiro 14, 2007


SAUDADE


Oração ao meu único Anjo (com caracóis ou sem caracóis)


SoCoRRo!!!!

Sinto uma mão, vem subindo, escorrega, toca-me levemente...Outra mão que vem,agressiva, dura, firme, sufocante. Mão que me percorre, mão que prende o coração, põe-me em nu no leito da solidão; Outra mão! Mordaz, esbarra o seu toque contra meus lábios, vai me tirando de mansinho suspiros, rouba-me o tempo das minhas palavras para ti. Sim, agora sou escrava de Saudade; Ai, respiro nunca mais!
Que é isso que me dizes, Saudade, que não entendo...falas em nunca mais, falas chorando, falas comigo chorando, falas em partidas, em naufrágios sem vida...e de cada vez que me contas vejo labaredas que saem como fantasmas de ti...São chamas sempre acesas, fogo a pegar em mim...Não tardará e serei também um incêndio de dor!
O Coração bate, mas devagar, não vá a Saudade se aperceber...Vou me fingindo inanimada, vou chamando por ti... Anjo, Amor, preciso de ti!
Vou-te pedir: Tira-me daqui, Anjo meu!

Vou-me calar, a Saudade pode ouvir...


Sem ti tenho MEDO!


Diálogo entre Moral e Ética:

Estão Moral e Ética caminhando, de mão dada, como deseja Ética, como ordena Moral:
Moral:Vamos caminhar até não podermos mais, até doer respirar o teu nome! Vamos!
Ética:Gostava de caminhar contigo até já não poder mais, para depois rirmos com toda a trapalhada de paços que demos, rir porque faz bem...Seria bom que todos corressem de mãos dadas...
M:Aqui todos andam porque é assim que o tem de ser, é correcto e se é correcto fazemo-lo. Andaremos!
E:Mas porquê? Deviamos andar porque....(é interrompida).
M: Aqui ninguém pergunta, sempre foi assim, está escrito, se não o fizeres serás castigada. Anda!

Moral ou Ética?

Moral- Conjunto de normas estabelecidas socialmente e culturalmente.
Ética- Reflexão, crítica, justificação acerca das normas morais, segundo valores universais.

sábado, janeiro 13, 2007


Gaivota à solta no Mar...

Quando foi que te deixei solta nas palavras do Grande Mar? Quando foi que não mais soube falar gaivotês? Quando foi que o tempo nos roubou a vontade de "nos sabermos iguais"?
Procurei-te naqueles mesmos instantes, quis saber de ti no mesmo ímpeto de sempre. Procurei-te. Chamei-te. A corrente veio, as ondas que antes nos fundiam os sentidos (aqueles tempos em que te sabia ler e tu me falavas gaivotês. Aquelas horas em nos escutávamos, longe da consciência, no fundo da alma), tu vieste: a mesma graciosidade,(o céu fez-te um reinado azul e tu navegas nele soberba? Pior...), o mesmo jeito belo de te aproximares, a mesma sedução (fosses tu sereia e também atraiçoarias Ulisses! Musa da dissimulação), o mesmo encanto, tu mesma...E que podia fazer eu se não te afagar docemente??? A saudade, tu sabia-la minha dor, lançaste-a em mim, fazendo-me sempre tua aliada. Maldade!
O tempo que foi de recordações, de novo o gaivotês, de novo a cúmplice vida entre ambas, seres de plural em seres no singular...como me fizeste acreditar... Sobrevoamos os mares, agitamos nuvens, construímos salpicos de memorias felizardas( ainda perduram, resta saber se infelizmente ou felizmente), edificamo-nos, crescendo.
Mas...Todavia...No entanto e embora...Porquê?! Li mais do que desejaria, atrevi-me a explorar-te até mesmo nos cantos mais escuros, nas passagens mais interditas...Mentira! Nada li, nada fiz, não foi necessário, deste-mo a ler, eu li. Não mais falei gaivotês!
A verdade que nunca soube em ti, afinal tudo palavras enfeitadas do sonho que tu mesma querias saborear...E eu que fiz? Sorri ao ver-te partir, sorri no pressentimento de te saber já com FIM.
Amar? Palavra que tu própria desenhas-te na alma, pintaste-a com todas as cores vivas do mundo, só para que...só...somente amar a ti própria...Doeu a quem leu, a quem julgava, como eu, saber-te de salteado...Doe-me saber-te uma obra de arte plagiada e dissimulada...Doe-me quereres amar por amar-te...Doeu-me mesmo não sendo eu o apaixonado.

quarta-feira, janeiro 03, 2007



Só te queria dizer, dizer não por dizer, mas porque a minha própria existência o dita (a existência ditada à priori) que: TU+EU=TUDO(=)TUDO-EU=NADA. Só existe uma condição nesta equação, equação inegável e irreversível, que o todo do mundo, o todo que cresce a cada dia,minuto,segundo (uma terra que não para de crescer; o espaço menor a todo o instante, a população em progressão mais que constante) é o Nada de uma vida, da nossa vida, dos sonhos onde só existe a primeira pessoa do plural: Nós! Amo-te não à regressão, jamais, regressão nisso!

terça-feira, janeiro 02, 2007



Floribella


Por ocasião decidi ligar o televisor, decidi saltar e correr entre canais, anúncios de todo aliciantes, a correria que acalma, estagno em frente do ecrã, quase em absoluta reverência, hoje em dia as pessoas já não acreditam em Deus, substituíram-no pelo maravilhoso aparelho, afinal de contas sabe tanta coisa, fala tantas línguas e quando damos por nós ( a quem pretendo enganar???Aparelhozinho maravilha que não dá lugar à consciência) sacrificamos vontade, sacrificamos razão, sacrificamos anos de evolução, tudo em plena homenagem! Adulação. Ave Maria!
Após ter abarrotado todo o meu sistema nervoso com uma inumerável informação consumista, (um dia ainda irão descobrir qual o neurotransmissor responsável pela propagação da contagiosa manipulação, a indegistão irreflectida, e que entope o cérebro com lixo), sou invadida por um colorido de imagens berrantes, uma música do género "feira-popular", interrompendo o tal estado latente ao qual me submetera (tudo em nome do Aparelhozinha Maravilha, Ave Maria!); surge então uma rapariguita, cujo nome é hoje em dia tão conhecido, Floribella, que fala impressionantemente alto, denotando um constante mau humor, que esbofeteia orgulhosamente a gramática portuguesa e que mantém relações confusas com o patrão, o qual trata com tanta familaridade que será impossível sequer não questionar qual a sua posição hierárquica na tal casa. Enfim, nada que não fuja às banalidades das novelas, isto se não fosse a tal Floribella o modelo propagandeado, o qual todas as meninas devem seguir, um fenómeno sem dúvida curioso. De repente lá se foram os filmes da Disney, cuja as histórias derivaram na sua grande parte de contos de Andersen ou dos irmão Grim, os valores estão hoje por conta da TV e, em parte, à menina Floribella. Ave Maria!
Analisando a situação, as meninas Floribellas do futuro, a próxima geração, usaram penduricos engraçados, saias folheadas e caracóis no cabelo, com muitas, muitas, muitas Florzinhas! Terão um cem número de relações amorosas, com um cem número de sujeitos, não porque a paixão proliferará como a malária, mas sim por incapacidade e maturidade para assumir e compreender sentimentos, apostaram em joguinhos de sedução primários,vão choramingar pelos cantos até que uma árvore mágica miraculosamente resolva todas as situações. As Floribellas a aumentarem, a racionalidade a extinguir-se! Depois, que será feito dos restantes? só num jardim zoológico, que só se irá manter porque os Floribella e sua banda vão fazer muitos concertos Hiper-mega-ri-fixes para angariar fundos!
Por isso, por tudo, por nada, porque os heróis de hoje são a credibilidade ilusória e infantil de amanhã, vamos dar graças aos que ainda conseguem comandar introspecções pessoais, que são capazes de manter a sanidade mental. Ámen.