quinta-feira, novembro 27, 2008

Gosto de viver na solidão das coisas, é como se todas fossem minhas...
Sei olhar ao céu azul e sorrir lhe, pelo azul mais que azul, ele reflecte-me um sorrir de arrepio e é assim que sei ser harmonia. O meu céu azul pode ser tanto que me faz chorar: eu digo lhe bom dia e ele acena-me a minha existência.
Sei escotar contos de sons, porque todos os instrumentos contam histórias, é só preciso que alguém os queira escutar. É a minha amizade com o transcendente universo de além...
Sei ver a melancolia da rosa vermelha, a paixão que morre num frasco de água, aconcehgo a sua efemeridade e sinto-me triste porque partem, tanto quanto os amores desta terra.
E tudo isto me maravilha e tudo isto sou eu: o céu azul mais que azul, as histórias nos sons, as rosas vermelhas. Somos o pedaço do mundo que moldamos.
E no entanto, dói-me o ser sozinha, não no viver das coisas, mas no viver dos outros, que me olham e julgam-me transparência e me atravessam como uma porta aberta de passagem.