terça-feira, dezembro 19, 2006





À ESPERA


Ás vezes quando dou por mim já fui levada para junto de ti e sem que me aperceba estás-me tu a levar contigo...Quantas vezes já não aconteceu? Tantas que nem tu nem eu sabemos de cor...de cor sabias tu todas aquelas músicas com que nos braços, de mansinho, me pedias para adormecer, pedido que eu te concedia sempre, só por saber a doçura do teu colo. Lembro-me da melodia, não me lembro dos versos (ainda era tão pequenina), os gestos ficam, as palavras leva-as o tempo. Gostava do teu cheiro, em pleno Inverno fazias-me querer na Primavera e eu leda acreditava, como quando me beijavas eu achava sempre que os teus lábios eram de seda, até te perguntei ( e tu o que disseste? riste-te?)! Fazias-me crer que o mundo ficava já ali diante de mim, que aquela era a vida, cheia de sensações coloridas...Porque não me revelaste que afinal o mundo aglutinava todos os seres humanos, e não só nós duas? porque não me contaste que a vida é como o jogo das escondidas (há quem vem e quem vai)? porque não me avisaste que te ias esconder para nunca mais voltar?!...tive de aprender a jogar sozinha. Agora com trinta anos feitos continuo à espera que me digas o teu esconderijo, trinta anos depois ainda espero por ti mãe!

3 pegadas:

Mariana disse...

Sem palavras.
Sentimentos? Imensos...

Anónimo disse...

adorei ! ta lindo..simplesmnt tocante.
beijc *

Anónimo disse...

mas porque é q será q tu escreves tão bem e as lagrimas me vêm sempre aos olhos quando eu leio os teus textos ? =) *