Gaivota à solta no Mar...
Quando foi que te deixei solta nas palavras do Grande Mar? Quando foi que não mais soube falar gaivotês? Quando foi que o tempo nos roubou a vontade de "nos sabermos iguais"?
Procurei-te naqueles mesmos instantes, quis saber de ti no mesmo ímpeto de sempre. Procurei-te. Chamei-te. A corrente veio, as ondas que antes nos fundiam os sentidos (aqueles tempos em que te sabia ler e tu me falavas gaivotês. Aquelas horas em nos escutávamos, longe da consciência, no fundo da alma), tu vieste: a mesma graciosidade,(o céu fez-te um reinado azul e tu navegas nele soberba? Pior...), o mesmo jeito belo de te aproximares, a mesma sedução (fosses tu sereia e também atraiçoarias Ulisses! Musa da dissimulação), o mesmo encanto, tu mesma...E que podia fazer eu se não te afagar docemente??? A saudade, tu sabia-la minha dor, lançaste-a em mim, fazendo-me sempre tua aliada. Maldade!
O tempo que foi de recordações, de novo o gaivotês, de novo a cúmplice vida entre ambas, seres de plural em seres no singular...como me fizeste acreditar... Sobrevoamos os mares, agitamos nuvens, construímos salpicos de memorias felizardas( ainda perduram, resta saber se infelizmente ou felizmente), edificamo-nos, crescendo.
Mas...Todavia...No entanto e embora...Porquê?! Li mais do que desejaria, atrevi-me a explorar-te até mesmo nos cantos mais escuros, nas passagens mais interditas...Mentira! Nada li, nada fiz, não foi necessário, deste-mo a ler, eu li. Não mais falei gaivotês!
A verdade que nunca soube em ti, afinal tudo palavras enfeitadas do sonho que tu mesma querias saborear...E eu que fiz? Sorri ao ver-te partir, sorri no pressentimento de te saber já com FIM.
Amar? Palavra que tu própria desenhas-te na alma, pintaste-a com todas as cores vivas do mundo, só para que...só...somente amar a ti própria...Doeu a quem leu, a quem julgava, como eu, saber-te de salteado...Doe-me saber-te uma obra de arte plagiada e dissimulada...Doe-me quereres amar por amar-te...Doeu-me mesmo não sendo eu o apaixonado.
2 pegadas:
lindo, sim... =)
porque nos.. somos gaivotas ! bonito ana, *
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