segunda-feira, maio 21, 2007

Murmúrio

Gostava de saber inventar palavras sussurradas, silenciosas, que apenas só eu as soubesse ler, gostava de sabe-las dizer sem sequer, por um leve instante as verbalizar...no fundo do que tenho medo é fazê-las reais, palpáveis, universalmente entendidas. E contudo, se as escrevo é porque de alguma forma já não as consigo reter: escorregadias, deslizam-me da mente, comandam-me o ser, sobre o puro ultimato de o sufocar! Quem sabe se não fosse o melhor...é bom conjecturar...
Já as quiz racionalizar, medir-lhes os excessos e os defeitos, quantificar o seu desastre, equacionar a sua eficácia, mas com efeito ou me segaram ou então revelaram o meu caracter de ser não-pensante. Impulsionadas por uma vontade de não sei onde, que quer fazer não sei o quê, que me penetra com incomensuráveis sentimentos - chego a odiá-los- que me conduziram a um permanente estado de embrieguez mental!
Nunca mais!

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Mariana disse...

Nao desejes nem por um instante que as tuas palavras te sejam apenas familiares a ti. Por vezes tento descrever os meus sentimentos e as minhas vontades e nem sempre consigo fazer com que me entendam e que me respeitem. E' bom falar as palavras exactamente como queres e entenderem-nas como elas são...